domingo, 5 de setembro de 2010

            Eu quase sempre estou só e quando acompanhada continuo isolada por costume. Não foi isto que escolhi mas, o que se impôs a mim. Tendo oportunidade ninguém estaria sozinho. O próprio Deus, sendo ele Deus, preferiu ser Trino. Se pudesse escolher minhas tias engravidariam depois dos trinta cinco, se pudesse optar minha me daria irmãos, minhas tias me dariam primos e eles morariam perto da minha casa e se houvesse alternativa minha infância seria mais ruidosa e agitada.
           Falando em barulho, Há quem odeie barulho e maioria destes vivem sós. O solitário, mesmo que esteja calado, consegue ouvir o som da sua própria voz e isto se não é a maior, é uma das maiores belezas do caminhar à mãos soltas. O barulho acaba com a possibilidade de se ouvir, impede qualquer tipo devaneio e quando se tentar questionar sobre suas escolhas a televisão responderá sua pergunta com a cotação do dólar.
           Já disse isso, porém é bom enfatizar, se pudesse escolher estaria acompanhada. O que não me falta são pessoas na vida a quem amo e amo de diferentes formas, todas estas me fariam excelente companhia. Os que amo estão distantes demais e os que desconheço estão perto, vivo só num mar gente de todos os tipos, cores e sotaques. Eu facilmente trocaria a pluralidade dos sotaques pelos arrastar do erre e assobiar dos esses dos meus, tão meus e tão distantes.

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