“Sabe qual é o seu problema,
lindinha?! Você é boa, você não é ruim, não! Você é boa, sim! Mas sabe qual é o
seu problema!? Você fica na média; umas provas estuda mais e tira 90 e outras,
você tira 60, 70. E não sai disso!! Você
fica sempre ali na média!” disse uma vez meu professor de história à plenos
pulmões, para mim e aos outros quarenta alunos que estavam na sala de aula
junto comigo.
A primeira coisa que pensei foi: “Precisa
disso, seu puto! Eu sempre prestei atenção nas suas aulas, sempre fui boa
aluna, não sou a melhor, mas também, não sou ruim!”. Acontece que o puto tinha
razão, detesto admitir, mas é verdade a “média” sempre me satisfez. Outro
professor de história, meu pai, mais de uma vez me falou enquanto tomávamos café:
“Beatriz, você sempre foi inteligente, mas nunca foi boa aluna! Estudar,
estudar, tu nunca foi muito chegada, não!”.
Já na faculdade, outro professor
conhecido por sua disciplina, por ser um acadêmico sem tirar nem pôr, me
explicou olhando minha prova: “Olha, você simplesmente não fez o que eu te
pedi, você não respondeu, mas pelo menos você escreve bem”. “Sou uma estudante de merda, mas aparentemente
escrevo direitinho, é só você repara nos erros pastéis de regência e concordância”
– pensei eu.
Resumo da ópera, como aluna - Olha o cacófago,
devassa! - eu sempre fui medíocre e como diria Caetano para produção da MTV: “Vergonha,
Cara! (...) põe essa p... pra funcionar
direito!” encontre algo que te satisfaça, que te deixe feliz e no estudo, amor, na carreira, vai fundo, faz acontecer!
Papai do céu já esclarecia aos “mais ou menos” de plantão: “Porque és morno e não és frio nem quente, vomitar-te-ei da
minha boca!”. Agora, Senhor, ajuda tua filha! Porque eu tô feito
Macunaíma, eu sei o caminho, mas “Aí que Preguiça!”.